terça-feira, 20 de setembro de 2011

NINGUÉM

Não sirvo pra você,
Nem para ninguém.
Sou pessoa gasta
E, de tantas qualidades
Possuir, eu vivo só.
Nunca me basta!
Nunca são o melhor...
Sempre é improvável,
Sempre vou estar,
Uma vez mais, sozinha,
Sentindo dor e frio.
Perdida, na solidão largada,
Desamada, sem futuros,
Sem razão...
Não sirvo pra você!
Não passo de ilusão...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

APÓS...

O vento sopra no meu rosto,
Eu sinto seu gosto.
Dentro de mim as lembranças
E seu toque tatuado na pele.
Ao longe tudo é seco e morto
E aqui, em meu peito, tudo vive,
Vive em mim a memória.
Cada vez mais perto, mais meu,
Você se entrega, se permite
Viver e ser feliz.
O sol que há horas nasceu
Ilumina-me a face
E eu só posso sorrir
Por sentir tamanha vida
Pulsar dentro de mim e
Lembro o seu sorriso,
Seus gemidos, tanto amor...
O vento sopra aquelas flores,
Agora em mim não há mais dor.

VOCÊ

Um dia tudo vai passar, e estarei longe quando chegar a hora de passarmos a ser felizes...
Se o silêncio da minha alma pudesse tocar seu coração,
Talvez estivéssemos sorrindo então...
Sempre me vejo distante e vazia quando penso que sim.
Não há nada que me faça mudar ou desistir de sofrer,
Porque te amar faz doer e você sabe o porquê.
Você sabe me amar e me perder, você sabe ganhar e vender
Sua alma, seu corpo. Você sabe estar vazio de toda a solidão.
Eu não!

sábado, 10 de setembro de 2011

DO OUTRO LADO

Do outro lado da cidade,
Do outro lado da verdade,
Metade...
A porta fechada não pode
Abafar as vozes severas
Que vêm até mim.
E longe, do outro lado de tudo,
Há soluções vazias.
Não há lágrimas,
Nem compreensão.
Do outro lado da casa,
Almas gêmeas separadas...
Ainda queremos viver?
Do outro lado da estrada,
Um caminho, uma saída.
Sigo sozinha...
Do outro lado da saudade,
Você...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ALÉM

Longe, distante, eu queria estar deste sentimento
Que não sabe parar de doer. 
Além de tudo que me faz sofrer 
Eu gostaria de ter quem amar. 
Só por um instante. 
Bem distante eu queria estar e 
Quem sabe poder sorrir e me enganar. 
Poder pensar que fui feita para a vida. 
Longe, distante...

PASSANTES

Olho pela janela e, na rua, as pessoas passam todas tão apressadas, 

preocupadas e importantes... Coitadas!

Não percebem que não sabem viver.

ANJOS

Na superfície da minha alma
Voam anjos cruéis.
Com suas faces rosadas
E seus sorrisos insanos,
Lançam flechas que vagam
Pelos corações humanos.
Meu coração ferido procura
Alívio nos lábios amados,
Mas estes estão selados
Com o "não" que você me deu.
Agora sinto-me aflita
E cheia de amor eu vago
Dentre tantas almas, buscando
Encontrar-te num espelho d'agua.
Meus olhos, banhados em lágrimas,
Antes tão iluminados,
Hoje não sabem brilhar.
E os anjos, do alto de sua eternidade,
Olham-me com simplicidade,
Como se estivesse fadada
A viver e morrer de amar...

domingo, 7 de agosto de 2011

AUSENTE

Me sinto tão só e sei que nada depende de ti.
Me sinto isolada e abstrata,
Me sinto amarga, envelhecida pela dor,
Pela saudade que me acompanha.
Por que não me abandona
Essa saudade insistente?
Se tudo pudesse ser de repente,
Talvez eu não estivesse tão só...
Talvez estar só seja apenas saudade
E a saudade seja um novo jeito de amar,
Mas não vou negar que dói,
Não vou dizer que é fácil,
Que posso suportar sozinha.
Me sinto só num mundo de milhões.
Me sinto ausente de mim,
Pois só existo em você
Que está tão longe daqui...
Sempre.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

PSEUDO-FELICIDADE

O meu amor tem vários nomes,
O meu amor é um homem
Que sente, sofre e chora.
Um ser, humano e inconstante.
O meu amor é o instante
Mais doce e mais puro que vivo,
O mais sincero sorriso.
O meu amor é o paraíso e 
O inferno ao mesmo tempo.
É meu doce veneno,
Meu sonho e meu tormento.
O meu amor tem vários nomes,
O meu amor é um menino
Que sofre e tem medo
De ficar sozinho,
De estar no escuro,
De perder sua pseudo-felicidade,
De entregar seu coração.
O meu amor tem vários nomes,
O meu amor é só saudade,
É interminável solidão.

ESTOU MORTA

Uma criança aproximou-se de mim e disse,
Com sua doce inocência febril:
- "Ele está morto!"


Há quanto tempo estamos mortos?
Já nem me lembro das solidões
E os amargos gostos provados
No mais completo desprezo.
Me vejo tão morta agora
E acima de tudo feliz
Porque já se foi a saudade
E a lembrança que te fiz,
Te faço, te sonho sempre
Só, somente, afora algo mais
Que eu queira dar-te
E receber, numa justa troca
De silêncios e olhares
Vazios, como se o mundo fosse
Peso morto, corpo absorto
Em pensamentos hostis.
Divago lembranças mórbidas,
Saudades esquecidas
No calor desse arrepio
Amargo e morto.

O QUE SOMOS...?

Você diz que me ama, mas
É tudo tão estranho
E passo meus dias sonhando
Estarmos sós e longe.
Sempre cada vez mais loucos
De amor sublime,
Pensando que o mundo é apenas
Esperança e, muito mais
Que amar, devemos estar
Loucos e sóbrios
De tanta saudade.
Embriagados num mundo 
De dor e serenidade,
Lembranças e despedidas,
Ilusões, doces momentos vividos,
Meras passagens caladas.
Somos tempestade e dores,
Lágrimas silenciosas
De tempos passados,
Somos luzes e sombras,
Somos medos, lembranças,
Somos tudo o que há por vir
E esperar que sejamos também
Juntos, um dia longe,
Um dia breve,
Uma vez mais...
Saudade.

SÓ...

Um momento...
E o mundo é seu.
Um segundo...
E você se perde.
Um vazio...
E você se vê.
Um instante...
Só eu e você.
Assim, aos poucos,
Eterno e solene.
Assim, tão breve,
Tão doce e perene.
Amando simplesmente
Só.

CONSTATAÇÕES

A beleza está nos olhos.
A maldade está na língua.
A idade está na mente.
A lembrança está no corpo.
O seu gosto está na boca.
A saudade está no peito.
A verdade está no gesto.
E eu estou perdidamente
Apaixonada por você...

C. AMOR

À primeira vista você não me conquistou,
Mas seu toque doce fez meu coração parar
Seu sorriso tímido acalmou minh'alma
E sua experiência fez-me te amar.
Tão misteriosamente indeciso,
Tão indecisamente misterioso...
Jovem ou idoso?
És quem eu quero amar.
Preso por convenções amargas,
Triste pelas mentiras ditas,
Calmo e também aflito.
O meu amor tem vários nomes,
É um homem tão menino
Esquecido das belezas
Do doce gesto de amar.
Quero ensinar-te a vida,
Quero alegrar-te o destino,
Trazer-te sonhos e dar-te luz.
Meu amor tem vários nomes,
Vários jeitos de amar
E quando se desespera
Ele foge e se esconde,
Mas sempre volta ao mesmo lugar
É um homem já vivido,
É um ser inesquecível,
É quem me dá motivos 
Pra sorrir e pra sonhar...

sábado, 23 de julho de 2011

SOBRETUDO

Sobriamente sombria ela me aguarda vestida com sua roupa de domingo 
E saímos, acontecemos, nos despedimos e fui me deitar.
Sobriamente soberbo eu me aproximo, me revejo e reflito, aflito, confesso, 
Sobre as outras distâncias que pude evitar.
Sobriamente saudoso me calo e choro meu pranto ralo e constante, 
Como um objeto me deixo estar vazio de ti, vazio de tudo, não posso evitar.
Sobriamente sóbrio me embriago e me deleito com suas eternas bobagens 
E toda aquela história de ser pra sempre, eu não pude acreditar.
Sobriamente silencioso eu te falo de todo sentimento que guardei 
E de todas as rosas que colhi e morreram. 
Morreram meus sonhos e as rosas, eu não posso continuar.

SIMPLES

Tudo é do mesmo jeito que se vê 
E as pessoas dizem exatamente aquilo que disseram. 
Não há mentiras e o passado sempre 
Se repete quando solicitado.
O amor existe dentro de todos os seres 
E você é feliz, pois existe amor, sorvete... 
E é tudo tão simples que não há como negar: 
Você não está acordado.

PALAVRAS

Se eu soubesse transformar sentimentos em palavras
Meu coração já estaria vazio.
São tantas páginas e folhas e sonhos,
Que eu já não posso mais estar,
Eu já não posso mais sonhar.
As palavras não me deixam descansar.
As palavras são tortas, loucas e me atacam,
Me abraçam, me rodeiam.
Eu me sinto acuada, então 
Volto a redigir tais palavras,
Mas a dor não passa 
E meu coração não se liberta, 
Minha alma ainda está presa e aflita 
E meu corpo ainda vive. 
As palavras não me deixam desistir, 
As palavras não sabem se cansar, 
Não percebem que há momentos em que quero me livrar, 
Não só das palavras, mas também de mim, 
Do meu coração e do meu corpo cansado. 
As palavras às vezes são tão vazias, 
Mas são minha única companhia...

COMPADRE

Compadre se aprochegue
Que meu coração é só tristeza
Seco como o sertão,
Sem vida, de amor largado.
Compadre eu tinha uma dona
Que me acompanhava na vida
Quantas luas vimos
Deitados sob as estrelas.
Compadre agora eu sofro
As desventuras do cruel destino,
Por causa desse menino
Vivo essa vida só.
Compadre eu me envergonho
De ter tal sentimento,
Que esse pobre rebento
Não quis minha dona levar.
Compadre os sons já não são os mesmos
E as noites, antes tão curtas,
Agora custam passar.
Compadre não se demore
Que dessa vida tão nobre
Nada podemos levar.
Compadre só houve um engano,
Eu que, por tantos anos,
Vivi para lavorar
Hoje conto meus calos
Com olhos de quem se despede
Do sertão e da vida pendente
Que Deus não soube amarrar.
Compadre eu fecho meus olhos
Vou encontrar minha dona
Pois não há outro jeito pra vida
De um apaixonado doente
Que não seja estar com a amada
Dona de suas sementes.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

DOCE AGONIA

Quero te amar sob as estrelas
E quero sugar-te das veias
Aquilo que te afasta de mim.
Quero ser sua, inteira,
Sem outras a esperar na beira
Da cama onde fazemos amor.
E quando o silêncio houver
Quero deixar de ser mulher
Para ser dona de ti.
Quando puder, teu encanto,
Deixar-me livre do pranto,
Então chegará o momento
Desse doce sofrimento
Agonizar dentro de mim.

SEM RUMO

Tudo passa por mim como num sonho,
Sou assim e te proponho
Que queiras comigo sonhar
Uma vez mais... além.
Sou somente saudade e 
Fujo sozinha
Para qualquer outra cidade,
Onde não haja ausência de você.
Quero-te sempre e choro, o
Meu amor, eu decoro
Com o melhor que há em mim.
Solidão é fato! 
E eu te quero hoje.
Quero mais vaidade pra poder te ser
Eternamente assim: sem rumo
Eu assumo minha confusão.
Pensei estarmos certos,
Mas ninguém ao certo, 
Sabe perdoar.

A UM HOMEM

Belo e robusto senhor
Que de minh'alma se apossou
Que prendeu-me a ti com
As inquebráveis algemas do amor
Sou corpo inerte na sombra de ti
E passo meus dias a vagar pelo medo
A escutar o silêncio
A conversar com a solidão
Belo e robusto senhor
Que é o meu castigo
Meu amo e amigo
Sou tua eterna serva.
Sem pudor, fez-me alma
Cativa de teus encantos prudentes e
Quando me mostras teus dentes
Sou toda deleite de amor