sábado, 23 de julho de 2011

COMPADRE

Compadre se aprochegue
Que meu coração é só tristeza
Seco como o sertão,
Sem vida, de amor largado.
Compadre eu tinha uma dona
Que me acompanhava na vida
Quantas luas vimos
Deitados sob as estrelas.
Compadre agora eu sofro
As desventuras do cruel destino,
Por causa desse menino
Vivo essa vida só.
Compadre eu me envergonho
De ter tal sentimento,
Que esse pobre rebento
Não quis minha dona levar.
Compadre os sons já não são os mesmos
E as noites, antes tão curtas,
Agora custam passar.
Compadre não se demore
Que dessa vida tão nobre
Nada podemos levar.
Compadre só houve um engano,
Eu que, por tantos anos,
Vivi para lavorar
Hoje conto meus calos
Com olhos de quem se despede
Do sertão e da vida pendente
Que Deus não soube amarrar.
Compadre eu fecho meus olhos
Vou encontrar minha dona
Pois não há outro jeito pra vida
De um apaixonado doente
Que não seja estar com a amada
Dona de suas sementes.

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